O Maior grupo de comédia de todos
os tempos. Não há outra expressão que se encaixe tão perfeitamente como esta,
para designar o Monty Python. Passados quase 20 anos de seu termino, este grupo
de comédia britânica formado nos anos 1970 por seis jovens comediantes – Terry Gilliam,
Terry Jones, Eric Idle, Graham Chapman, Michael Palin e John Chese – acabaram por
influenciar significativamente tudo o que seria comédia dali em diante.
Do
sucesso das esquetes televisivas, no ar já desde 1969, veio a consequente
entrada no mundo cinematográfico, quando o grupo lança sua primeira película
chamada “Monty Python em busca do Cálice Sagrado” em 1975. Sucesso imediato,
esta comédia já deixaria claro a tônica a ser seguida pelo grupo no decorrer de
seus filmes: a utilização de panos históricos na construção de seus enredos,
satirizando é claro tudo que é apropriado.
Em
“Cálice Sagrado”, o grupo faz uma inteligentíssima releitura dos mitos que
envolvem o chamado ciclo arturiano, apresentando de forma bastante caricata,
mas não menos inteligente, questões filosóficas cruciais por durante todo o
Medievo. Temas como Deus e o seu providencialismo, a Guerra e a Nobreza, o Heroísmo,
a Pureza mental e física, entre outras questões, são abordadas neste filme de
forma inteligentíssima, que tem como um saldo uma comédia histórica riquíssima.
Em
1979, o grupo ousaria mais ainda, lançando um filme que por si só, traria
inúmeras polêmicas e críticas para o grupo. Em “A Vida de Brian”, o grupo entra
numa seara complicadíssima, muito mais quando se trata de uma abordagem cômica:
a concepção, nascimento e a vida do Messias. Aqui, a comédia ganha contornos de
genialidade. Satirizando a eterna espera humana por um Messias, o grupo leva as
telas, a história de Brian, um comum homem que é confundido com o verdadeiro
Messias, e que por isso, em toda a sua vida, é perseguido e entendido como o
tal, mas que, em contrapartida, apenas anseia ter uma vida normal. Sacadas
históricas bastante relevantes são demonstradas no filme, como por exemplo, os vários
profetas que são demonstrados em uma cena, anunciando a chegada do Messias, e
outras tantas questões...
Em
1983, o grupo lança seu último filme, que parte mais para uma perspectiva filosófica,
sendo chamado “O Sentido da Vida”, na qual, perpassam discussões em torno do
tecnicismo, da burocracia, do capitalismo, o efeito da globalização e etc.
Se
considerarmos os filmes individuais de cada membro do grupo, alargaríamos nossa
visão: Em 1977, Terry Gillian, dirige um filme chamado “Jabberwocky - Herói
por Acidente” que ao contar a
história de um simples camponês, acaba empreendendo uma sátira a vida do homem
medieval. O mesmo Gilliam, em 1992, levaria as telas, uma belíssima sátira medieval
– moderna, chamado “ O Pescador de Ilusões” (que será alvo da próxima análise
deste blog) na qual se utiliza do mito do “Rei Pescador” contido também no
bastante procurado ciclo arturiano.
Em
1989, outro membro do grupo, Terry Jones, lança uma película de grande sucesso
chamada “Erik – o Viking”, que conta a história do herói homônimo ao titulo do
filme, resgatando assim alguns contos nórdicos para perfazê-lo.
Enfim,
o talento deste grupo britânico não pode ser medido a partir somente de suas
películas, mas sim pela longevidade e o impacto causado ainda hoje pelo grupo.
O Melhor a se fazer é, para os que ainda não tiveram a oportunidade de
assisti-los, se debruçar diante da telinha, e conferir seus grandes filmes,
e para os aficionados, também aos esquetes, que podem ser encontrados em boxes,
Dvds, e até no youtube.
Ass: Rafael Costa Prata
Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe
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