domingo, 24 de novembro de 2013

“A Porta da Loucura” (1936): Quando Hollywood dá sua opinião sobre as drogas


         Se hoje em dia a temática em torno da legalização das drogas acarreta uma serie de polêmicas e opiniões contrárias, o que dirá a visão geral sobre as mesmas no nascer do século XX?!
Com certeza, no iniciar do século XX, a questão era ainda mais controversa; na verdade, o posicionamento era mais direto: a droga é um mal a ser extirpado da sociedade custe o que custar.
    
Nesse sentido, um dos filmes propagandisticos, ou melhor anti – propagandistico, mais significativos em torno da questão é o clássico “Reefer Madness” (1936) do diretor Louis Gasnier. A película, que em sua tradução seria “A Porta da Loucura”, em linhas gerais, acaba por demonstrar toda a mentalidade da época acerca dos efeitos das drogas , ou a ideia que se tinha de seus efeitos, em especial, da “marihuana” – a maconha – na sociedade norte americana.
      Logo, desde o principio o filme possui um propósito claro: demonstrar como as drogas são nocivas e destroem o lar norte - americano. Filho que se volta contra pai, filha que engravida, amigos que se matam... Tudo por conta do efeito devastador das drogas.
      O Filme que tem pouco mais de 1 hora tem um enredo simples: conta a história de um casal de traficantes que passa a enriquecer ao vender drogas a jovens americanos, os quais vão gradualmente se desviando dos preceitos básicos de uma vida em sociedade. O tempo curto da película se justifica pelo fato de ter sido pensado e patrocinado por uma Igreja para ser exibida nas escolas, nos cultos e em outros locais onde a presença de jovens fosse maciça.
        Em uma das passagens dos filmes, chega a se mencionar que:
“Um rapaz de 16 anos mata a família com um machado. Uma garota de 17 anos se deixa seduzir por cinco homens mais velhos ao mesmo tempo. Tudo isso por causa do uso de narcóticos. Pensou em crise de abstinência de crack, abuso de LSD ou overdose de ecstasy? Errou! É tudo culpa da maconha.”
   
Em todo o momento, o filme se segue procurando conceder um enquadramento profundo e incisivo no rosto dos personagens, demonstrando as suas faces calmas antes da inserção no mundo das drogas, e posteriormente a transformação para uma nova conduta sombrio oriundo da inserção naquele meio.
      De fato, o filme é bastante interessante para se compreender a mentalidade da época acerca da questão. Os exageros em torno dos efeitos produzidos pelas drogas nos ajudam a compreender entretanto o medo daqueles frente aos seus efeitos, e principalmente, a vontade que o seio norte – americano nutria de conseguir parar a chegada das drogas em suas portas.
         O Tema em questão, passados quase 80 anos da produção do filme, ainda mantêm a sua natureza controversa, de modo que, este filme de posicionamento visivelmente definido, não deixa, por outro lado, de manter a sua atualidade preservada diante dos debates de hoje em dia.

Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe

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