O
que era para ser uma bela e simples canção de abertura para uma animação de
futuro sucesso se tornou um grande e imediato “problema” para a Disney. Após
sua exibição no Cinema, Alladin tornou-se um sucesso estrondoso. Esta animação
que narra as aventuras do jovem ladrão, seu amor impossível pela princesa Jasmine, e o mágico gênio da lâmpada, custou 28 milhões de dólares arrecadou
mais de 500 milhões em todo o mundo, para os cofres da Disney. Entretanto, o
primeiro minuto de sua reprodução traria um grande problema a sua produtora.
Acontece
que a animação se inicia com uma bela imagem de um deserto tendo como fundo
musical a canção “Arabian Nights”. No seu estrofe inicial se observa os
seguintes versos:
Venho de uma terra, de um lugar
Onde sempre se vê Uma caravana passar.
Vão cortar sua orelha
Pra mostrar pra você
Como é bárbaro o nosso lar
De
imediato, percebeu-se o preconceito frente aos muçulmanos nestes versos. Como
reação, o Comitê Árabe – Americano Antidiscriminação protestou exigindo que a
Disney alterasse a canção. Pedido aceito. Os versos iniciais foram alterados
para:
Oh, eu venho de uma terra, de um lugar
Onde sempre se vê Uma caravana passar.
É uma imensidão
Um calor e exaustão
Como é bárbaro o nosso lar.
Percebemos
que na estrofe condenada, os muçulmanos
são descritos com o hábito de cotidianamente arrancarem as orelhas dos outros e o sentido da palavra “bárbaro”
denota algo selvagem. Entretanto, de forma curiosa, a mudança ocorrida, ou
seja, a apresentação dos novos versos, fazem com que a mesma palavra – bárbaro –
já passe a significa algo como “maravilhoso”.
Isso
tudo não surpreende quando temos em vista que boa parte dos filmes americanos
dos anos 1980 e 1990 (e ainda hoje) denotam um estereotipo bastante
depreciativo em torno dos árabes, na maioria das vezes descritos como
terroristas, os “inimigos outros” desse novo tempo. Antes russos, agora árabes.
Ass:
Rafael Costa Prata
Graduado
na Universidade Federal de Sergipe.
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