A “tragédia da
Piedade”. Nenhuma outra expressão poderia expressar melhor o significado daquele
evento. Uma verdadeira “tragédia” que
acometeu até quem não tinha “culpa no cartório”. Naquele fatídico dia 15 de
agosto de 1909, o jornalista e escritor Euclides da Cunha, sem suportar mais o
peso das traições, parte em direção a casa do jovem tenente Dilermando de
Moraes, e com uma arma na mão procura assassiná-lo, mas não consegue. O jovem
ternente é mais rápido, pois hábil com o manejo das armas, consegue diferir
rapidamente uma série de tiros que tiraria a vida de um dos maiores escritores
brasileiros de todos os tempos. Tal
episódio foi o ponto final de uma história trágica que desde sempre se
anunciava.
Euclides da Cunha casou-se com Anna Emilia em 1890. Quase sempre muito ocupado, envolto nas suas viagens e ocupações de jornalista atuante, o qual chegou a cobrir in loquo a chamada “Guerra de Canudos”, Euclides costumeiramente deixava sua esposa em casa, postada em sua solidão. Foi num desses momentos que então sua esposa Ana conhecera o jovem cadete Dilermando de Assis, de então 17 anos, dezesseis anos mais novo que ela, a qual possuía 33 anos de idade, e ali começara uma tórrida história de amor.
Euclides da Cunha casou-se com Anna Emilia em 1890. Quase sempre muito ocupado, envolto nas suas viagens e ocupações de jornalista atuante, o qual chegou a cobrir in loquo a chamada “Guerra de Canudos”, Euclides costumeiramente deixava sua esposa em casa, postada em sua solidão. Foi num desses momentos que então sua esposa Ana conhecera o jovem cadete Dilermando de Assis, de então 17 anos, dezesseis anos mais novo que ela, a qual possuía 33 anos de idade, e ali começara uma tórrida história de amor.
Dilermando
tornou-se seu amante. Teve dois filhos com ele, ambos batizados com o nome de
Euclides da Cunha. Mas até que certo dia, a verdade veio a tona, e a fúria de
Euclides da Cunha também. Euclides, que amava demais a sua esposa, ainda assim
resolveu seguir com o casamento, pedindo para que esta não mais se encontrasse
com seu amante, mas o pedindo não foi aceito.
Ao
descobrir que Anna Emillia continuava a se encontrar com Dilermando, Euclides
da Cunha, portando uma arma que conseguira com um parente, entra na casa de
Dilermando, na região da Piedade, e antes de atirar, solta a seguinte frase: “Vim
para matar ou para morrer”.
Charge de Jornal da época, retratando o duelo entre Dilermando de Moraes e Euclides da Cunha |
Morreu.
Mas antes, disfere dois tiros no amante de sua esposa, que atingido cai, mas
com vida. O irmão de Dilermando era Dinorah, um jovem zagueiro que atuava
no Botafogo F.R, que ao ver a situação, tenta retirar a arma das mãos de
Euclides, mas também é atingido por dois tiros.
Dilermando,
embora ferido, consegue pegar a sua arma caída no chão, e disferir assim uma sequência de tiros em Euclides da Cunha, que baleado no pulmão, cai sem vida no
chão.
No círculo, o meio campista Dinorah, irmão de Dilermando, a época em que atuava pelo Botafogo. |
Dilermando
sobrevive, mas seu irmão Dinorah vê sua carreira como jogador do Botafogo
encurtada, pois após o ocorrido, passa a
sofrer de Hemiplegia, tendo que largar a carreira, pois a doença paralisava
parte de seu corpo. Dinorah não aguentado o sofrimento, acaba por se suicidar
em 1921. Seu irmão Dilermando foi a julgamento, mas foi absolvido por legitima
defesa, ainda que a pressão da imprensa tenha sido forte, em favor do falecido
Euclides da Cunha.
Triste
fim para um final previsível. Dois mortos. Euclides da Cunha, e o pobre coitado
do Dinorah, grande zagueiro do Botafogo, que não tinha nada a ver com a
história. Em 12 de maio de 1911, quase dois anos após a “tragédia da Piedade”,
Dilermando e Anna Emilia se casam, e vivem juntos até 1926, quando se separam.
Att.
Rafael Prata
Mestrando
em História pela Universidade Federal de Sergipe.
Rapaz,que babado...e que trágico também :( Nunca soube desse fato.
ResponderExcluirMuito interessante a postagem, curioso! Parabéns ^^
Beijoos :*
Valeu Thai :) Fico com pena do coitado do Dinorah, que não tinha nada a ver com a História..
ResponderExcluirBrigadão pelo comentário :)