Baseado no romance homônimo de Frederick
Forsyth, um renomado escritor de thrillers policiais e de suspense dos anos
1970 e 1980, a película “O Dossiê ODESSA”
leva as telas do Cinema uma história que, apesar de ficcional, possui estreita
relação com a realidade.
O
Filme, rodado em 1974, em linhas gerais, descreve a história de um curioso
jornalista alemão chamado Peter Miller que, por ocaso do destino, é levado a
ler o diário de um judeu solitário que havia cometido o suicídio em um bairro
pobre de Berlim. Ao lê-lo, Miller então acaba se deparando com os horrores do
holocausto, e como também acaba entrando em contanto com a Organização ODESSA,
criada no fim da segunda guerra, no intuito de forjar uma nova identidade para
os grandes do escalão nazista fugirem sem serem punidos para localidades
distantes.
No
filme, um dos grandes auxiliares de Miller é o “caçador de nazistas” Simon
Wiesenthal (1908 – 2005), personalidade real de grande importância para a
história da humanidade, porém pouco conhecido. Wiesenthal fora um sobrevivente
dos campos de concentração de Plasow e Mauthasen, onde permenecera por quatro
anos. Arquiteto de formação, Wiesenthal, após sair do campo não encontrou mais
do que sua esposa como sobrevivente do holocausto, tendo perdido então todos os
seus demais familiares.
Logo,
com o termino da guerra, Wiesenthal se sentia desnorteado, sem rumo, e
principalmente com um sentimento de justiça em relação aos que fizeram tanto
mal durante aquele período. Wiesenthal então passa a investigar por conta
própria, e de forma perigosa, os caminhos de ex-membros da GESTAPO e da SS no
pós – guerra, formando progressivamente um centro de documentação na busca por
esses paradeiros, no intuito de que aqueles fossem finalmente levados a
Justiça.
A
ODESSA, descrita no filme, portanto existiu, e sua sigla significava justamente
“Organização de antigos membros da SS”, tendo sido financiada por muitos que
acreditavam no ideario nazista, e que assim sendo, passaram a fomentar um fundo
monetario e estratégico de fuga em direção, principalmente, a paises da América
do Sul. O famigerado Adolf Eichman, um tenente – coronel da SS responsavel por
toda a organização da “Solução Final” – foi inclusive um desses que fugiram por
meio da ODESSA, tendo partido da Alemanha com toda uma documentação
falsificada, e vivido assim por mais de dez anos na Argentina com o nome de
Ricardo Klement. Em 1960, com a investigação crucial de Wiesenthal, Eichman foi
descoberto e preso pelo MOSSAD que o levou a julgamento.
Outro
caso bastante famoso nesse sentido é a fuga de Josef Mengele, o “anjo da morte”,
que era o medico chefe nos experimentos do nazismo. Após a guerra, Mengele se
utilizou dessa ratline, e fugiu para a Argentina, depois se mudou para o
Paraguai, e por fim, acabou vivendo o fim de sua vida aqui no Brasil, sem ser
percebido, na cidade de no interior de São Paulo. Quando iam prendê-lo, ao que
parece, Mengele morrera de afogamento, em um dos casos mais esquisitos até hoje
descritos.
Por fim, a película “Dossie
Odessa”, apesar de ficcional, apresenta assim um realistico quadro de atuação
das ratlines, ou linhas de ratos, criadas pelos nazistas e seus financiadores
durante o pós – guerra. Através da ODESSA, muitos nazistas conseguiram
sobreviver escondidos por durante muito tempo, como, além de Eichman, Gustav
Barbie, Klaus Wagner, e Josef Mengele. Infelizmente, alguns até hoje
conseguiram sair ilesos por seus atos.
Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade
Federal de Sergipe
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