segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Dossiê ODESSA (1974): Um thriller policial sobre a real fuga dos nazistas no pós - segunda guerra mundial

        

   Baseado no romance homônimo de Frederick Forsyth, um renomado escritor de thrillers policiais e de suspense dos anos 1970 e 1980, a película “O Dossiê ODESSA” leva as telas do Cinema uma história que, apesar de ficcional, possui estreita relação com a realidade.
            O Filme, rodado em 1974, em linhas gerais, descreve a história de um curioso jornalista alemão chamado Peter Miller que, por ocaso do destino, é levado a ler o diário de um judeu solitário que havia cometido o suicídio em um bairro pobre de Berlim. Ao lê-lo, Miller então acaba se deparando com os horrores do holocausto, e como também acaba entrando em contanto com a Organização ODESSA, criada no fim da segunda guerra, no intuito de forjar uma nova identidade para os grandes do escalão nazista fugirem sem serem punidos para localidades distantes.
            No filme, um dos grandes auxiliares de Miller é o “caçador de nazistas” Simon Wiesenthal (1908 – 2005), personalidade real de grande importância para a história da humanidade, porém pouco conhecido. Wiesenthal fora um sobrevivente dos campos de concentração de Plasow e Mauthasen, onde permenecera por quatro anos. Arquiteto de formação, Wiesenthal, após sair do campo não encontrou mais do que sua esposa como sobrevivente do holocausto, tendo perdido então todos os seus demais familiares. 

           Logo, com o termino da guerra, Wiesenthal se sentia desnorteado, sem rumo, e principalmente com um sentimento de justiça em relação aos que fizeram tanto mal durante aquele período. Wiesenthal então passa a investigar por conta própria, e de forma perigosa, os caminhos de ex-membros da GESTAPO e da SS no pós – guerra, formando progressivamente um centro de documentação na busca por esses paradeiros, no intuito de que aqueles fossem finalmente levados a Justiça.
            A ODESSA, descrita no filme, portanto existiu, e sua sigla significava justamente “Organização de antigos membros da SS”, tendo sido financiada por muitos que acreditavam no ideario nazista, e que assim sendo, passaram a fomentar um fundo monetario e estratégico de fuga em direção, principalmente, a paises da América do Sul. O famigerado Adolf Eichman, um tenente – coronel da SS responsavel por toda a organização da “Solução Final” – foi inclusive um desses que fugiram por meio da ODESSA, tendo partido da Alemanha com toda uma documentação falsificada, e vivido assim por mais de dez anos na Argentina com o nome de Ricardo Klement. Em 1960, com a investigação crucial de Wiesenthal, Eichman foi descoberto e preso pelo MOSSAD que o levou a julgamento.

          Outro caso bastante famoso nesse sentido é a fuga de Josef Mengele, o “anjo da morte”, que era o medico chefe nos experimentos do nazismo. Após a guerra, Mengele se utilizou dessa ratline, e fugiu para a Argentina, depois se mudou para o Paraguai, e por fim, acabou vivendo o fim de sua vida aqui no Brasil, sem ser percebido, na cidade de no interior de São Paulo. Quando iam prendê-lo, ao que parece, Mengele morrera de afogamento, em um dos casos mais esquisitos até hoje descritos.
Por fim, a película “Dossie Odessa”, apesar de ficcional, apresenta assim um realistico quadro de atuação das ratlines, ou linhas de ratos, criadas pelos nazistas e seus financiadores durante o pós – guerra. Através da ODESSA, muitos nazistas conseguiram sobreviver escondidos por durante muito tempo, como, além de Eichman, Gustav Barbie, Klaus Wagner, e Josef Mengele. Infelizmente, alguns até hoje conseguiram sair ilesos por seus atos.
           
Ass: Rafael Costa Prata

Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe

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