Diversão pueril.
Entretenimento barato, passageiro. Programa das “massas”. Não parece, mas a
sétima arte já foi vista exclusivamente dessa forma. Não parece porque, ao que
parece, o paradigma se inverteu: o produtou encareceu, se tornando cada vez mais
um “artigo de luxo”, um programa cada vez mais caro e por isso pouco acessivel
a boa parte da população em nossos dias.
Entretanto, lá em seus
primordios, o Cinema era visto até pelos intelectuais da época como “uma
máquina de embrutecimento e de dissolução, um passamento de iletrados, de
criaturas miseráveis iludidas por sua ocupação” (Georges Duhamel).
O Cinema se inicia assim com
um público aparentemente restrito: o proletariado. Nos chamados “Nickelodeons”, que eram as pequenas
salas de Cinema no inicio do século XX, os proletários pagavam barato para
assistirem a inúmeros vídeos curtos sobre diversas temáticas, na sua grande
maioria do gênero comédia ou pequenos curtas de ação. Os burgueses ao
desprezarem essa nova arte, optavam pelo Teatro, tido como uma arte de rico e
de verdadeira beleza.
No entanto, aos poucos os
mesmos burgueses que desprezavam o Cinema, passam a notar o quanto seu alto
poder de recepção poderia significar também uma nova forma de enriquecimento. Por
conseguinte, gradualmente o Cinema vai perdendo esse “aurea proletária”, quando
o que era uma quase artesanal vai se tornando uma mega industria.
Com o surgimento das grandes
empresas do Cinema, e por conseguinte dos grandes longas – metragens, tanto os
nickelodeons entram em declinio, como também o próprio Cinema lentamente vai se
encarecendo, tanto pelos custos de produção, e principalmente, pela necessidade
da maximização dos lucros.
Hoje em dia, ao contrário
deste passado remotíssimo, nos assustamos pois os ingressos estão cada vez mais
caros. Assistir a um filme nos Cinemas, muitas vezes dominados e controlados
por grandes carteis, se apresenta até como uma atividade que exige certa
programação estratégica, haja vista que por conta de seu preço não é todo dia
que podemos atender a este desejo. Um pai de familia com três filhos muitas
vezes acaba tendo que pagar quase RS 100,00 para assistir a um filme com seus
entes, pois, além dos ingressos caríssimos, acaba tendo que custear com os
lanches também muito caros dispostos na antesala do Cinema.
Definitivamente, hoje,
Cinema não é mais “coisa de pobre”.
Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade
Federal de Sergipe
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