Um dos filmes mais bonitos
que já assisti na vida. Foi a conclusão que cheguei ao termino das duas horas da película. “The Fisher King”, ou, “O
Pescador de Ilusões” como foi traduzido por aqui, é daqueles filmes com um
enredo aparentemente simples, porém, de uma profundidade psicologica
incomensuravel.
Seu título em inglês, “The
Fisher King”, já demonstra bem de onde veio a inspiração para o diretor Terry
Gilliam: a película é inspirada no conto medieval do “Rei Pescador, parte
componente do ciclo arthuriano. Nesse conto, narra-se a história de um rei que,
por estar ferido, acaba por não ter condições de guiar seu povo, suas terras,
só lhe restando pescar em um rio proximo ao seu castelo. Na narrativa, uma
serie de cavaleiros de terras distantes, aparecem para curá-lo, mas só o
portador da pureza conseguirá.
É com esse “pano de fundo”
que “O Pescador de Ilusões” é desenvolvido. Primeiro filme como cineasta do
genial Terry Gilliam, ex-membro do grupo Monty Pithon, a película consegue
cumprir o que promete desde o inicio: criar um misto de sorriso e pranto.
O Filme conta a história
de um egocentrico e arrogante radialista interpretado por Jeff Bridges que,
após não dar muita atenção – e até estimular - a um ouvinte que comunicou um
massacre em massa que seria realizado por ele em um Pub, acaba por cair em
desgraça após a realização do ocorrido. Jack Lucas, o radialista, acaba então
encontrando, após uma noite de muita bebida, um mendigo chamado Perry,
interpretado pelo genial Robin Williams, e daí em diante a vida de ambos é
mudada.
Com o tempo, Jack Lucas
descobre que Parry é um ex – professor de História Medieval que enlouqueceu
após uma grande tragedia pessoal. Parry vive em meio a uma fantasia onde parece
ver constantemente cavaleiros medievais e outras figuras fantasiosas que só
existem em sua mente.
Enfim, é justamente esta
relação entre o radialista Jack Lucas e o ex – professor de história medieval
Parry que remonta a parabóla do “Rei Pescador”: ambos os personagens são o
reflexo da dor, da ferida aberta e ainda não resolvida, mas que, curiosamente,
quando unidos passam a se recuperar. Ambos são como o dito “Rei Pescador” a
espera da cura que vem de uma terra distante por meio de alguém puro, mas no
caso deles, ambos são a própria cura, um para o outro.
É essa a mensagem que “The
Fisher King” quer passar. Um filme belíssimo que se utiliza de uma parabóla
medieval para, por meio de uma roupagem moderna, repassar uma mensagem que é
sempre universal: a necessidade da ajúda após uma queda, o fomento da redenção.
Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela
Universidade Federal de Sergipe