terça-feira, 9 de abril de 2013

Rei Leão: Porque animação é coisa para adulto.



Certamente não foram poucas as pessoas que levaram seus filhos, no ano de 1994, ao Cinema para assistirem a película “Rei Leão” por acreditarem ser um mero filme destinado ao público infantil. Provavelmente muitos destes acabaram surpresos ao notarem que sua percepção inicial não correspondeu a realidade.

Rei Leão não é um filme para criança. Estas podem até assistí-las, mas o teor filosófico do filme perpassa o limite deste público, atingindo diretamente os adultos.  Baseado diretamente em Hamlet de William Shakespeare, Rei Leão nos leva a uma história de sofrimento, perda prematura, vingança e redenção.

É fato que este fio condutor  havia sido explorado com sucesso pela própria Disney muitos anos antes, quando em 1942, a produtora levas as telas o clássico “Bambi”, cuja temática da perda e da redenção se faz presente no decorrer de todo o filme.



É isso que faz de Rei Leão um filme para adultos. Apesar dos caracteres animados típicos de uma animação – como os animais falantes, falas em tom de comédia, etc – o substrato do filme nos revela muitas questões de teor puramente humano. A trajetória na qual é descrita a redenção do jovem Simba frente ao sofrimento com a perda de seu pai é paradigmática quanto a isso. Aliás, a própria morte do Rei Mufasa é de um teor dramático tão intenso que deve ter traumatizado muita criança...

Por mais caricatos que possam ser, até os engraçados Timão e Pumba possuem um tom filosófico  seu “Hakuna Matata” se apresenta como uma espécie de purificação para o Jovem Simba. Sem este processo de aprendizado, de cicatrização frente as mazelas da vida, aquele não conseguiria vencer os seus sofrimentos.
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