sábado, 22 de novembro de 2014

O Pagador de Promessas (1962): o único filme brasileiro a ganhar a “Palma de Ouro” em Cannes

Primoroso. Um grandíssimo filme. Talvez o maior filme da história do cinema nacional. Muitas outras adjetivações poderiam ser oferecidas para esse grande clássico – um pouco esquecido e menosprezado até – do nosso cinema.
Passados mais de cinquenta anos de sua exibição, a película “O Pagador de Promessas” continua a ser o único filme brasileiro a ter conquistado a Palma de Ouro de Melhor Filme, o prêmio maior no aclamado Festival de Cannes, sendo reverenciado lá fora como uma das maiores películas já produzidas na história do cinema mundial. De igual maneira, a película concorreu ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro do Óscar de 1963, mas não conseguiu a estatueta.
    De fato esta película dirigida e produzida por Anselmo Duarte, baseada na clássica peça teatral de Dias Gomes, se apresenta como uma grandíssima película dos seus primeiros minutos até o fim de sua exibição. Trata-se de uma obra dramática cuja crítica social aparece com profundidade no decorrer de toda a sua extensão.

A saga de Zé do Burro em direção a Catedral de Santa Barbara em Salvador


O Filme que conta a saga do humilde camponês Zé do Burro que ao tentar cumprir com a promessa de levar uma pesada cruz em seus ombros até a Igreja de Santa Barbara em Salvador, em agradecimento a cura de seu burro, acaba então por se ver embaraçado em uma série de querelas envolvendo a Igreja, a Imprensa, a Policia, o Estado, e etc.

Leonardo Villar como Zé do Burro e Gloria Menezes como Rosa: atuações fantásticas

   Com um arsenal incontável de memoráveis atuações, em destaque Leonardo Villar no papel de Zé do Burro e Gloria Menezes no papel da jovem Rosa, a película efetua uma série de críticas as mazelas da sociedade brasileira, indo desde a crítica ao estado geral de pobreza e negligência do Estado frente a situação do campesinato brasileiro, passando por questões de intolerância religiosa, de reforma agrária até a discussão em torno do tratamento sensacionalista e oportunista oferecido pela mídia aos fatos diários.
         Eis um grande clássico que não pode ser esquecido! 

Ass. Rafael Prata
Mestrando em História na Universidade Federal de Sergipe

sábado, 1 de novembro de 2014

Uma tragédia que se tornou um “filão cinematográfico”: o Titanic nas telas do Cinema

Todo mundo hoje em dia conhece a trágica história do “maior navio do mundo” que, ao se chocar com um iceberg, acabou afundando no Atlântico Norte, na noite do dia 15 de abril de 1912. Esse fato real acabou se tornando mais conhecido ainda, graças principalmente a monumental película dirigida e produzida por James Cameron, em 1997, um sucesso absoluto de público e de crítica, tendo obtido o record em indicações e estatuetas obtidas.
Mas muito antes da aclamada película de James Cameron, outros tantos filmes deram a sua versão acerca do ocorrido, sendo o primeiro deles inclusive, filmado dias após a tragédia, demonstrando o quanto o evento chocou a todos, e de outra maneira, como de imediato se tornou um “enredo” apreciável pela industria do Cinema.

Assim foi então que 29 dias após o naufrágio, foi produzido o curta-metragem mudo “Salva do Titanic”(1912), do diretor Etienne Arnnaud, de apenas dez minutos, que conta a história de Dorothy Gibson, uma atriz que realmente estava no Titanic, mas conseguiu salvar-se, de modo que, em tal película, interpretou a si mesma.
No mesmo ano de 1912, outra película sobre a tragédia também foi produzida. O Filme “Na Noite e no Gelo”, dirigido por Mime Misu, também se apresentou como um curta-metragem com pouco mais de 30 minutos, destinado a descrever os minutos filmes da tragédia, em suma, o choque do Titanic com o iceberg e o seu afundamento.
30 anos se passaram então até que um novo filme fosse produzido sobre a tragédia do Titanic, quando no ano de 1943, foi produzido o primeiro longa-metragem falado, intitulado “Titanic”, de direção de Herbet Selpin. No entanto, a película acabou sendo proibida no pós-segunda guerra, pois, tal produção alemã acabava por fazer uma propaganda ao regime nazista e uma ácida crítica ao governo inglês no decorrer do desenvolvimento do filme.

Dez anos após, o “Titanic” desembarca em Hollywood. Foi apenas em 1953, que o tema foi apropriado pelo Cinema Norte- Americano com a produção da película “Titanic” do diretor Jean Negulesco, produção esta que contou com várias estrelas do cinema americano como Barbara Stanwyck e Thelma Ritter. No entanto, a película ficaria famosa também pela “enorme liberdade poética e histórica” na qual o filme foi produzido, em outras palavras, pela grande quantidade de erros históricos.
Em 1958, uma outra película foi levada as telas: “Somente Deus por Testemunha”, de direção de Roy Baker, também procurou dar a sua versão frente ao ocorrido. Outras tantas películas se seguiram, como “S.O.S Titanic” (1979), “O Resgate do Titanic” (1980), etc.
No entanto, não há duvidas de que a grande película sobre este trágico evento seja a película “Titanic”, dirigida e produzida por James Cameron em 1997, um grande sucesso de público e de críticas. Na película, o romanceado casal Jack Dawson, um rapaz pobre, e Rose deWitt, uma moça da aristocracia, vivem raros momentos de amor até a separação frente ao iceberg. A monstruosa película recebeu 14 indicações ao Óscar, tendo vencido em 11 categorias, uma delas, obviamente, a de “Melhores efeitos especiais” e “Melhor Fotografia”.

Titanic, dir.James Cameron, 1997.

Ainda hoje muitos filmes e series continuam a ser produzidos sobre a tragédia do Titanic. Muito em conta do seu “apelo trágico” e pela capacidade de se colocar como um “bom pano de fundo” de romances impossíveis.

Ass. Rafael Prata
Mestrando em História na Universidade Federal de Sergipe 
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