quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Grande Otelo: um gênio “esquecido” do Cinema Nacional

Em 1942, quando até então maior cineasta norte – americano do momento, o gênial e polêmico Orson Welles, resolveu filmar uma película chamada “It´s all true” rodada na América do Sul, na qual descreveria a cultura dos mais diversos países, o convidou de imediato para participar de seu filme, pois considerava-o o maior ator de nosso país, e um dos maiores do mundo.
Orson Welles estava mais do que certo: Grande Otelo era um dos maiores atores do mundo na época, talento esse reconhecido até seus últimos dias. Otello faleceu em 1993, aos 78 anos de idade, por conta de um ataque fulminante de coração, quando estava indo a Paris, a convite do governo francês, para receber uma homenagem especial no Festival de Nantes.
Otelo foi um artista completo: grandíssimo ator, comediante dos melhores, compositor e cantor de grande destaque. Assim como outros gênios de sua época, a sua infância parecia não “justificar” a sua conhecida alegria a posteriore: seu pai morrera esfaqueado e sua mãe era alcoólatra, quando Sebastião Bernardes de Souza Prata, o futuro “Grande Otelo” era criança.
Nascido em Uberlândia, Minas Gerais, em 1915, Otello passou a ganhar fama na decada de 1940, quando juntamente com outro gênio, o comediante Oscarito, fez sorrir ao povo brasileiro com inúmeros sucessos de bilheteria. Mas como dito, Otello era diverso, completo, ia da comédia ao drama como poucos, atuando como protagonista em filmes memoráveis como “Rio, Zona Norte” (1957) e “Macunaíma” (1969), dentre outros.
Com certeza, Grande Otelo foi um dos maiores artistas de nosso país, o qual merecia ser bem mais lembrado. Fazia sorrir como poucos, fazia chorar como quase ninguém. Aliás, a origem de seu apelido se deve ao seu talento. Sebastião Prata  interpretou como poucos o “Otello” da obra de Shakespeare.
Orson Welles estava mais do que certo.

Ass: Rafael Costa Prata

Mestrando em História na Universidade Federal de Sergipe

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