Em 1942, quando até então
maior cineasta norte – americano do momento, o gênial e polêmico Orson Welles,
resolveu filmar uma película chamada “It´s all true” rodada na América do Sul,
na qual descreveria a cultura dos mais diversos países, o convidou de imediato
para participar de seu filme, pois considerava-o o maior ator de nosso país, e
um dos maiores do mundo.
Orson Welles estava mais do
que certo: Grande Otelo era um dos maiores atores do mundo na época, talento
esse reconhecido até seus últimos dias. Otello faleceu em 1993, aos 78 anos de
idade, por conta de um ataque fulminante de coração, quando estava indo a Paris,
a convite do governo francês, para receber uma homenagem especial no Festival
de Nantes.
Otelo foi um artista
completo: grandíssimo ator, comediante dos melhores, compositor e cantor de
grande destaque. Assim como outros gênios de sua época, a sua infância parecia
não “justificar” a sua conhecida alegria a posteriore: seu pai morrera
esfaqueado e sua mãe era alcoólatra, quando Sebastião Bernardes de Souza Prata,
o futuro “Grande Otelo” era criança.
Nascido em Uberlândia, Minas
Gerais, em 1915, Otello passou a ganhar fama na decada de 1940, quando
juntamente com outro gênio, o comediante Oscarito, fez sorrir ao povo
brasileiro com inúmeros sucessos de bilheteria. Mas como dito, Otello era
diverso, completo, ia da comédia ao drama como poucos, atuando como
protagonista em filmes memoráveis como “Rio, Zona Norte” (1957) e “Macunaíma”
(1969), dentre outros.
Com certeza, Grande Otelo foi um dos maiores artistas de nosso país, o qual merecia ser bem mais
lembrado. Fazia sorrir como poucos, fazia chorar como quase ninguém. Aliás, a
origem de seu apelido se deve ao seu talento. Sebastião Prata interpretou como poucos o “Otello” da obra de
Shakespeare.
Orson Welles estava mais do
que certo.
Ass: Rafael Costa Prata
Mestrando em História na
Universidade Federal de Sergipe
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