Seu nome: Uday. Sobrenome:
Hussein. Sim, seu pai foi o famigerado Saddam Hussein, um dos mais sanguinarios
ditadores do século XX, o qual governou o Iraque por quase 25 anos, com mãos de ferro, tendo para
isso, adotado uma política de perseguição de minorias – como os curdos – e rivais políticos, entre outras questões.
Mas essa película não é sobre o
seu pai e sua política de massacre. É um filme sobre seu filho mais velho: Uday
Hussein, que curiosamente, não tinha das melhores relações com seu dito pai. A
película “O Dublê do Diabo” (2011), dirigida por Lee Tamahori, conta a história
do tenente Latif Yahia que por ser bastante parecido com Uday Hussein, acaba
sendo coptado – de forma forçada é claro – pelo mesmo para se tornar seu dublê
em aparições públicas e/ou eventos mais perigosos, fato bastante comum, pois
Saddam Hussein também tivera um exercito de dublês a seu serviço.
Uday, filho mais velho de
Hussein, como bem descreve o título do filme, é a personificação do “diabo”. “Filho
de seu pai”, é um sujeito sem escrupulos, egocêntrico, violento, psicopata,
entre outras tantas características. E é nesse ponto que o filme se centra: em
demonstrar as vilanias cometidas por este, em meio ao conturbado cenário
político da Guerra do Golfo, quando o Iraque entra em choque contra os Estados
Unidos, por conta do território do Kuwait.
O
outro ponto do filme, é claro, também está na representação da violência
sofrida pelo tenente Latif Yahia, que ao ser forçado a se tornar dublê de Uday,
acaba tendo que se tornar um boneco nas mãos do mesmo, ao passar por um enorme processo de treinamento e transformação, além de ter que presenciar as maldades cometidas pelo mesmo. No entanto, como o filme bem
demonstra, nunca como um cúmplice, atitude bastante ousada de sua parte, que
por muitas vezes quase significou sua morte.
Uday,
que falecera em 2003, após uma ofensiva do exercito americano no Iraque, foi o
principal chefe da rede de telecomunicações do Iraque durante os anos 1990, mas
se dedicava pouco as suas atribuições, o que curiosamente lhe causava muitos
atritos com seu pai. Uday não disfarçava sua vida desregrada e criminosa: vivia
em orgias, estruprava colegiais, forçava recém – casadas a ter a primeira noite
com ele, entre outras coisas, o que acabava chegando a população iraquiana,
fato que fazia com seu pai criasse raiva.
Enfim,
a película “O dublê do diabo” cumpre muito bem o seu papel histórico. Baseado
na biografia de Latif Yahia, que conseguiu fugir do Iraque, a película conta
não só a história desse megalomaníaco e criminoso “filho de seu pai”, Uday
Hussein, como demonstra muito bem o quadro político do inicio dos anos 1990.
Ass:
Rafael Costa Prata
Mestrando
em História pela Universidade Federal de Sergipe
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