quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os Melhores Remakes.


Segue uma lista interessante da revista Veja, sobre os melhores remakes já produzidos:


1. Onze Homens e Um Segredo (2001), de Steven Soderbergh


Com Frank Sinatra no papel principal de Danny Ocean, a primeira versão de Onze Homens e um Segredo foi filmada em 1960 pelo diretor Lewis Milestone. Em 2001, Steven Soderberg fez um dos maiores remakes do cinema, trazendo o time de estrelas George Clooney, Brad Pitt e Matt Damon para estrear o longa – que ganhou duas sequências.


2.Os Doze Macacos (1995), de Terry Gilliam


O curta-metragem francês La Jetée, de 1965, foi feito apenas com fotomontagens em branco e preto. Em 1995, ele foi a inspiração para o remake Os Doze Macacos, do diretor Terry Gilliam, trazendo Brad Pitt e Bruce Willis. A história virou uma superprodução – e uma fita elogiada pelos fãs da ficção científica.


3. A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), de Tim Burton


Baseado no livro infantil homônimo do escritor inglês Roald Dahl, o clássico dos anos 70 A Fantástica Fábrica de Chocolate ganhou releitura em 2005. Com direção de Tim Burton e Johnny Depp no papel de Willy Wonka, o remake tornou-se mais sombrio.


4. Vanilla Sky (2001), de Cameron Crowe

Com direção de Cameron Crowe, Vanilla Sky, de 2001, é uma refilmagem do filme espanhol Abre los Ojos, feito em 1997, escrito e dirigido por Alejandro Amenábar e Mateo Gil. Com Tom Cruise no papel principal, traz também Cameron Diaz e Penélope Cruz, que interpretou a mesma personagem em ambos os longas.


5. Drácula (1992), de Francis Ford Coppola


Originalmente um romance do irlandês Bram Stoker de 1897, Drácula ganhou sua primeira versão cinematográfica em 1931, com direção de Tod Browning. Em 1992, Francis Ford Coppola refilmou o clássico com Gary Oldman, Winona Ryder e Anthony Hopkins.


6. Scarface (1983), de Brian de Palma


Filmado pela primeira vez em 1932 com direção de Howard Hawks, Scarface ganhou remake histórico com Al Pacino no papel principal e direção de Brian de Palma. O roteirista, Oliver Stone, colocou ainda o enredo nos anos 80, transferindo a trama de Chicago para Miami. Tornou-se um dos filmes mais emblemáticos daquela década.


7. Cabo do Medo (1991), de Martin Scorsese

O suspense O Cabo do Medo, dirigido por Martin Scorsese em 1991, é um remake do filme A Barreira do Medo, de 1962. Pela atuação no longa, Robert De Niro e Juliette Lewis foram indicados ao Oscar.

8. Ben-Hur (1959), de William Wyler

A primeira versão do épico bíblico Ben-Hur é de 1925, com direção de Fred Niblo. Contudo, foi no remake de 1959 que o título ganhou notoriedade, atingindo a marca até então inexistente de 11 Oscars, incluindo o de melhor direção para William Wyler e melhor ator para Charlton Heston.

9. A Pequena Loja de Horrores (1986), de Frank Oz

O longa A Pequena Loja de Horrores foi realizado pela primeira vez pelo diretor cult Roger Corman em 1960. Em 1986, o filme, que mistura os gêneros comédia, terror e musical, ganhou remake de Frank Oz, com os atores Rick Moranis e Steve Martin.

10. Os Infiltrados (2006), de Martin Scorsese

Um dos filmes mais premiados de 2007, Os Infiltrados, de Martin Scorsese, na realidade é um remake do filme Conflitos Internos, produzido em Hong Kong em 2002. A refilmagem adaptou a história para Nova York e trouxe estrelas como Jack Nicholson, Leonardo DiCaprio e Matt Damon.


FONTE: REVISTA VEJA


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Opinião: Eu que sou meio desconfiado quando se trata de remakes, contudo assino embaixo sobre esta lista. Só filmaços clássicos, tanto os novos como os mais antigos. Talvez um filme recente também pudesse figurar nesta lista:

O que poucas pessoas sabem é que o recente filme "Bastardos Inglorius",de Tarantino, foi inspirado em um filme homônimo lançado em 1978, também conhecido como ""Inglorious Bastards"/"Quel Maledetto Treno Blindato", Itália, 1978" ou ""Assalto ao Expresso Blindado da S.S. Nazista". A Inspiração para Tarantino,veio deste filme, e genialmente o mesmo reconstruiu a história seguindo a essência ironica e violenta do primeiro, trazendo a nós este otimo filme que tivemos a chance e o prazer de assistir . Tanto o antigo, quanto o mais novo merecem ser assistidos.




domingo, 11 de julho de 2010

A Recuperação em American History X


Estava conversando com alguns amigos de faculdade sobre criminalidade, quando a conversa acabou recaindo sobre este filme em questão. Fato é que havia muito tempo que eu tinha assistido ao filme, contudo algumas lembranças sobre este ainda me corriam pela mente. Assim, correu-me então o súbito interesse em assistir novamente ao filme “American History X”.

O Filme “American History X” é conhecido aqui no Brasil como “A Outra história americana”, sendo rodado em 1998, pelo diretor Tony Kaye, que na mesma película terá um papel primordial como diretor de fotografia.

Acho que muita gente já assistiu a este filme. Meu objetivo não é fazer somente um resumo ou soltar um spoiler sobre o que se passa na película, mas de certa forma trazer a tona alguns questionamentos que podem ser rotineiros a aqueles que tenham assistido a obra, e se possível ainda, fazer alguma ligação com fatos históricos. Também é necessário dizer que o filme é muito complexo, a ponto da execução de sua posterior resenha ser praticamente uma atividade impossível. O que me empenho tem o intuito apenas de ser uma mera observação e uma indagação final sobre o filme.

Anteriormente eu havia dito que a minha intenção não era estragar o divertimento de quem ainda porventura não assistiu ao filme, ou também trazer aqui algo que sirva somente como um spoiler dos acontecimentos do filme. Contudo de forma a resumir toda a enumeração dos fatos do filme, seguirei postando um breve resumo do filme extraído da Wikipédia, para que então eu possa entrar diretamente, e sem mais rodeios, a algumas observações sobre o filme.

Mas enfim vamos ao que interessa.

“O Filme conta a história de Derek Vinyard (Edward Norton), jovem pertencente a uma família abalada pela perda precoce do pai, um bombeiro, que ao tentar apagar um incêndio num bairro negro acabou por ser baleado por marginais.
Incitado pelo seu ódio aos negros e às minorias, Derek torna-se líder de um grupo violento Neo-nazi e numa referência para os jovens brancos e excluídos do seu bairro, que o idolatram e seguem o seu pensamento. É preso após matar brutalmente dois negros que tentavam roubar a sua camionete em frente à sua própria casa, na presença de Danny Vinyard (Edward Furlong), o seu irmão mais novo.
Na prisão, onde passou três anos, Derek integra-se num grupo também nazi, mas discorda do chefe do seu grupo, que trafica drogas, porque vai contra os seus ideais nazis. Ao longo da sua pena vai percebendo que discorda com uso da ideologia que estes nacionalistas fazem, pois este tem como único propósito o "dinheiro sujo", fruto do narco-tráfico.
Afasta-se do grupo, mas seus companheiros nazistas por vingança o estupram, quando ele se encontra sozinho no chuveiro da prisão. Depois disso,ele passa a reconsiderar seu conceito de raça superior e torna-se amigo de um negro, com quem trabalha na lavandeira da prisão e descobre que a única diferença entre ambos é o seu tom de pele.
Quando sai, sem preconceitos, cheio de novos ideias pacifistas e liberais, vê que seu irmão mais jovem está trilhando o mesmo caminho que ele seguia antes, e Derek vai fazer de tudo para impedir que ele cometa esse terrível erro.
Infelizmente, quando Danny, começa a mudar a sua consciência e maneira de agir na sociedade, este é morto por um negro com quem já tinha tido um confronto no passado.
Para Derek, toda a experiência que ele viveu, fez com que ele mudasse a sua personalidade completamente.”

É esta a breve sinopse, sim é um spoiler, encontrada no site wikipedia. Contudo inumeros questionamentos sobre o estatuto desta obra podem se desenrolar com o decorrer do filme, e algumas informações tambem devem ser apontadas.

Antes de tudo, é necessario apontar a sensacional atuação do ator Edward Norton durante a pelicula, de forma que consegue absurdamente bem, realizar as duas intepretações da personagem durante o filme, inicialmente um jovem neonazista e depois um adulto recuperado. Sua atuação lhe garantiu concorrer ao Oscar de Melhor ator no mesmo ano de 1998 e praticamente o projetou para o mundo do Cinema. Tambem é louvavel a atuação do ator Edward Furlong que interpreta o seu irmão no filme.

O Filme é satisfatorio justamente porque procura demonstrar com muita consciencia a existência de atividades neonazistas dentro do estado americano, procurando então se aprofundar nos chamados conflitos sociais e raciais que durante séculos fazem parte da história americana. Desde a Ku Klux Klan até inumeros movimentos racistas da atualidade são problemas ainda a serem resolvidos no bojo da sociedade americana. Esta Ku Klux Khan que remonta aos fins da Guerra civil Americana,durante 1861-65, pregava a supremacia branca e do protestantismo frente aos demais diferentes de sua crença. Por isso que é necessario apontar como uma crença no arianismo dentro destes grupos perpassa o tempo, e vai muito alem do arianismo pregado por Hitler em sua doutrina nazista. Existe assim, uma raiz histórica muito antiga e que precisa ser bem estudada. É claro que, como vemos durante o filme, estes grupos acabam enxergando na doutrina nazista, e em Hitler, um simbolo clássico e paradigmatico para as suas ações, mas a História deixa claro então como este racismo, preconceito e intolerancia vem de há muito tempo na história americana.


“O Nascimento de uma nação” é um filme mudo de 1915 que alimenta todas estas questões. A pelicula, segundo estudiosos do cinema, glorifica a escravatura e procura justificar a segregação racial através do mito da supremacia branca americana, servindo assim aos interesses ideologicos da Ku Klux Klan. Este filme de certa forma ainda é aclamado por alguns, e rechaçado por outros, contudo o que fica é o teor bastante polêmico de suas origens.


Em “American History X” cita-se rapidamente um caso mundialmente conhecido sobre violencia e preconceito racial : o caso Rodney King. Este, um taxista afro-americano, fora brutalmente violentado por alguns policiais brancos que o acusavam de dirigir em alta velocidade. Os Policiais foram então julgados por uma corte formada em grande maioria por brancos que livram estes policiais da culpa. O Resultado foi uma onda de conflitos e atribulações nunca vistas na história da California. Durante o filme, Derek ainda na fase nazista, defende veementemente a posição dos policiais e profere ofensas fortissimas sobre Rodney King. O caso até hoje suscita bastante polêmica.


Uma grande observação tambem deve ser feita acerca do diretor da obra. Como havia dito, Tony Kaye tambem é o diretor de fotografia do filme, por isso que as imagens, a grande maioria em closes, são tão bem construidas. Uma cena em especial do filme é muito chocante, e que por sinal eu não consigo ver: a cena em que Derek assassina brutalmente um dos ladrões que assaltavam o seu carro. É uma cena fortissima e que causa nauseas a quem quer que a observe.Posteriormente outra sequencia de imagens tambem é digna de menção. É quando Derek é então preso, e os policiais pedem para abrir os braços, e então seu olhar orgulhoso por seus atos é demonstrado em foco pela imagem. Fica visto tambem que possue tatuagens como uma grande suastica tatuada no seu peito e outras tatuagens glorificando a ideologia nazista.


Enfim Derek é preso. Entra aqui então o momento principal e que considero ser o mais polêmico do filme. Derek acaba por conhecer um jovem negro, que aos poucos consegue tornar-se amigo dele. Faz-o rir, conversa com ele sobre basquete, fato inimaginavel até o fim da primeira parte do filme. Este jovem consegue quebrar o gelo amargo do odio que impregnava Derek, onde podemos perceber perfeitamente na cena muito bem construida quando estes dois amarram e guardam lençois trocando sorrisos e uma amizade sincera um para com o outro, como tambem na despedida de Derek da cadeia quando este agradece ao seu amigo por tudo que fizera por ele na prisão.



Menção interessante e sutil: Derek indaga ao jovem sobre o porque dele estar ali preso. Este então diz que roubou um televisão, e acabou sendo preso injustamente por ser acusado de agredir ao policial que o prendera. 6 anos de prisão. Derek que matou duas pessoas, mantem uma gangue nazista, e que cometera crimes absurdos, consegue a condicional e vai para as ruas. Derek não chegou a ficar tres anos dentro da cadeia, mesmo tendo cometido dois assassinatos. Mas o jovem negro terá que continuar na cadeia por durante seis anos.

Durante o desfecho do filme ainda é muito interessante mencionar sobre o hipotetico motivo da revolta de Derek. Sempre apontou-se a morte de seu pai, um senhor responsavel, honesto e adorado por ele. Contudo durante a primeira parte do filme, intencionalmente o diretor nos passa a impressão de que o seu pai era alguem perfeito, um primor de gente, mas durante a segunda parte, percebemos justamente o contrario: A Raiz e o fogo aceso do racismo dentro de Derek está justamente nas palavras de seu pai. O Diretor então quer mostrar como alguns fatores que aparentemente podem ser insignificantes na verdade possuem um grande valor e devem assim ser bastante analizados para se entender a essencia de um ser, de atos ou de ideologias.

Mas a grande questão do filme é uma, e que por sinal, eu não pretendo elucidar, apenas reparti-las com todos aqueles que assistiram ao filme: É possivel a recuperação completa de alguem? Derek recupera-se devido ao medo e as torturas fisicas e psicologicas provacadas pela prisão e justamente por não mais querer voltar para lá tenta reprimir seus pensamentos e ideologias, ou realmente recuperou-se completamente?

Será que Derek e seu irmão posteriormente recuperado por ele “ mudam” porque temem a morte, a prisão ou qualquer posterior destino nefasto, ou mudaram realmente porque entenderam a natureza absurda dos seus atos e de suas vidas até aquele momento?

É esse o grande questionamento que o filme faz questão de deixar em aberto, ainda que se diga e que torne-se possivel acreditar que eles realmente se recuperaram no final de suas trajetorias.


É Possivel mesmo a Recuperação total de individuos até em casos mais hediondos ou é apenas utopia de um filme?

Ass: Rafael Costa Prata
Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe.
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