segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O "Che" nas telas do Cinema: "O Argentino” e "Guerrilha” (2008) de Steven Soderbergh



Para alguns, o maior revolucionário de todos, símbolo da luta contra as injustiças sociais. Para outros, um torturador cruel, averso aos direitos humanos. Sua imagem mais famosa, uma fotografia retirada por Alberto Korda em 1960, é talvez a mais famosa e retratada no mundo ainda hoje, fruto de seu caráter carismático ainda vivo.
Ernesto Che Guevara de la Sierna, representante maior da revolução cubana, junto a Fidel Castro, foi levado as telas do Cinema pelo diretor Steven Soderbergh, em duas películas entrelaçadas, que juntas descrevem os meandros da atuação deste, primeiramente na Revolução Cubana, e por fim, sua morte nas matas bolivianas.
O resultado desta difícil empreitada biográfica, foi belíssimo. Polêmicas a parte – sim, pois há quem tenha achado a película muito glorificante em torno da figura de Che – o filme consegue retratar com bastante beleza todo o cenário político dos anos 1950 aos 1960. As imagens  dos debates realizados na ONU, quando Che rebatia e acusava o Imperialismo Norte – Americano são de uma reconstrução fabulosa.

De igual maneira, “Che – o Argentino” (2008) e “Che – Guerrilha” (2008) não deixam de demonstrar vários traços da personalidade em questão: seu apego a fidelidade a causa, sua repulsa a traição – e neste ponto se retrata muito bem as execuções dos traidores nos “paredões das matas cubanas”, e etc.
A representação das personagens em questão são louváveis. Benício D.Toro como Che Guevara nos causa uma certa confusão de tão parecido que ficou, tanto fisicamente como gestualmente. O brasileiro Rodrigo Santoro participa do filme como Raul Castro.
Por fim, ambos os filmes são recomendadíssimos para aqueles que procuram entender a força da imagem deste líder controverso, discutido, construido e reconstruido ainda hoje.

Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe

domingo, 20 de outubro de 2013

Quando o terror invadiu os lares americanos: Orson Welles e a transmissão radiofonica da “Guerra dos Mundos”



Ele tinha 23 anos. Mas já exibia seu talento extraordinário para a dramatização. E foi assim que Orson Welles arrancou gritos e provocou um medo intenso nos lares americanos por meio do rádio. O Motivo: uma encenação dramática. A CBS, radio na qual Orson trabalhava, havia lhe pedido um programa semanal voltado a narração de histórias. E foi ai que o grande Orson soltou sua cartada: a transmissão da “Guerra dos Mundos”, obra de H.G.Well, a qual descreve uma desastrosa invasão alienígena para os terráqueos.
Antes de contar o fato, pensemos no poder que o rádio possuía numa época em que, além deste ser o principal meio de comunicação, a verificação e a velocidade de informações não corria tão rápido como nos dias atuais. Para “desmascararmos” um evento fictício hoje em dia, é rapidíssimo, basta olharmos na Internet. Na época, não era.
Enfim, foi ai então que Welles orquestrou seu drama; Ao invés de narrar a obra, demonstrando que aquela seria uma pura e simples narração, preferiu não mais que repentinamente, iniciar a transmissão como se fosse um “furo de noticia” da rádio: uma invasão alienígena.



No meio da transmissão, os atores se transformaram em supostos repórteres que estavam no meio da invasão. Detalhes dos ets eram ditos com emoção, e a população norte – americana, da incredulidade inicial foi realmente entrando no jogo da história.
Ao fim de tudo, o estrago foi enorme: a população realmente acreditou na história. O Medo se espalhou e a CBS teve de pagar uma multa altíssima pela encenação. Porém, Welles, desse caso em diante, se tornou o gênio que se veria adiante. E isso nunca foi encenação. 



Ass: Rafael Costa Prata
Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe.
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