terça-feira, 19 de novembro de 2013

Alladin (1992): a polêmica em torno do preconceito frente aos muçulmanos na canção “Arabian Nights”




O que era para ser uma bela e simples canção de abertura para uma animação de futuro sucesso se tornou um grande e imediato “problema” para a Disney. Após sua exibição no Cinema, Alladin tornou-se um sucesso estrondoso. Esta animação que narra as aventuras do jovem ladrão, seu amor impossível pela princesa Jasmine, e o mágico gênio da lâmpada, custou 28 milhões de dólares arrecadou mais de 500 milhões em todo o mundo, para os cofres da Disney. Entretanto, o primeiro minuto de sua reprodução traria um grande problema a sua produtora.


Acontece que a animação se inicia com uma bela imagem de um deserto tendo como fundo musical a canção “Arabian Nights”. No seu estrofe inicial se observa os seguintes versos:



Venho de uma terra, de um lugar

Onde sempre se vê Uma caravana passar.

Vão cortar sua orelha

Pra mostrar pra você

Como é bárbaro o nosso lar
 


De imediato, percebeu-se o preconceito frente aos muçulmanos nestes versos. Como reação, o Comitê Árabe – Americano Antidiscriminação protestou exigindo que a Disney alterasse a canção. Pedido aceito. Os versos iniciais foram alterados para:


Oh, eu venho de uma terra, de um lugar

Onde sempre se vê Uma caravana passar.

É uma imensidão

Um calor e exaustão

Como é bárbaro o nosso lar.



Percebemos que na estrofe condenada, os muçulmanos são descritos com o hábito de cotidianamente arrancarem as orelhas dos outros e o sentido da palavra “bárbaro” denota algo selvagem. Entretanto, de forma curiosa, a mudança ocorrida, ou seja, a apresentação dos novos versos, fazem com que a mesma palavra – bárbaro – já passe a significa algo como “maravilhoso”.
Isso tudo não surpreende quando temos em vista que boa parte dos filmes americanos dos anos 1980 e 1990 (e ainda hoje) denotam um estereotipo bastante depreciativo em torno dos árabes, na maioria das vezes descritos como terroristas, os “inimigos outros” desse novo tempo. Antes russos, agora árabes.

Ass: Rafael Costa Prata
Graduado na Universidade Federal de Sergipe.

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