Em algumas situações da vida, ao que parece, é necessário se utilizar do artificio da mentira. Manejo feio e de natureza torpe, a mentira falseia, omite ou dissimula situações do cotidiano. Mas, não é a minha intenção discutir o mérito da questão. Com esta singela postagem, quero apenas fazer uma ode a mentira; Sim, uma ode a mentira. Uma ode ao bom uso da mentira, pelo menos no que se refere a fins positivos.
Chaplin já mentiu por amor. Não Charles Chaplin, mas seu álter – ego, o vagabundo Carlitos. É dessa afirmativa que partirá a minha postagem. Refiro-me ao grande clássico “Luzes da Cidade”, rodado no ano de 1931. Nesta película, a temática central que rodeia todo o filme, é a mentira; a doce mentira como um véu que envolve um amor quase quê impossível: um vagabundo e uma florista cega.
Luzes da Cidade: Uma Doce Ode a Mentira |
Não vou falar muito dos acontecimentos relatados no filme. Seria desnecessário e retiraria toda a graça de quem porventura queira assistir a obra, mas, algumas menções são fundamentais, sendo assim, não tem como negligenciá-las nesta postagem.
Carlitos é um vagabundo – como o filme o caracteriza: “The Tramp” - que sobrevive de trapaças e de jogos de sua esperteza. Até que certo dia acaba por conhecer uma jovem florista que vende seus ramos em um local de passagem dos aristocratas. Em linhas gerais, Carlitos percorre todo o filme, passando a trabalhar em inúmeros ofícios – o que era um sacrifício para ele – como gari e até boxeador, justamente para sustentar sua “farsa”. Queria Carlitos fazer a jovem e cega florista, acreditar que ele fosse um jovem rico para que esta se apaixonasse por ele, e acreditasse que um dia este pudesse tirar-lhe da vida da pobreza, e, sobretudo da cegueira, por meio de uma cirurgia.
O Momento em que Chaplin conhece a Florista. |
Este é o eixo central do filme; as desventuras de Carlitos para sustentar sua mentira em nome do amor que passou a sentir por aquela florista. Não falarei mais do que isso; É melhor assistir a película; O Final é belíssimo, como só Chaplin sabia recriar.
É nessas horas que eu concordo com Shakespeare quando este dizia:
“O Amor é cego e os amantes não dão conta das lindas loucuras que cometem; se assim não fosse, o próprio Cupido coraria de me ver disfarçado de pajem.”William Shakespeare (O Mercador de Veneza)
Ass: Rafael Costa Prata
Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário