Talvez o título desta postagem possa
parecer um enorme exagero para alguns. Todavia, não há como negar que Anna
Karina foi seguramente um dos símbolos máximos da Nouvelle Vague, aka “Nova onda”, o movimento artístico-cinematográfico
que revolucionaria o cinema francês a partir de finais dos anos 1950.
Curiosamente, Anna Karina não era francesa. Natural de Copenhague, Dinamarca, Hanna Karin Blarke nascera no dia 22
de setembro de 1940, mas fugira de sua casa e de seu país em direção a Paris por
não se dar bem com o seu padrasto. Assim, em 1958, aos 18 anos de idade, Anna
Karina chegava a França sem falar o idioma e sem trabalho.
Um certo dia ao caminhar pelas ruas
acabou por ser abordada por um agente de modas que a considerou apta para se
tornar modelo. Passou então a posar para fotos e atuar em comerciais para a
televisão. E foi ai então que ao assistir a um desses comerciais o jovem cineasta
Jean-Luc Goddard ficaria abismado com o seu talento, tendo convidado-a então
para participar dos seus próximos filmes.
Nesse ínterim, acabaram
por se apaixonar e então casaram. Iniciou-se uma das maiores parcerias da
história do cinema, que duraria de 1961 a 1967, quando o relacionamento
terminara; filmaram juntos então a uma série de películas de sucesso como “Uma mulher é uma mulher” (1961) “Viver a Vida”
(1962), “Alphaville”(1965), “O demônio das onze horas (1965), etc.
Anna Karina em "Viver a Vida" (1962) |
Com outros gênios do cinema francês, Anna
Karina atuara em La Ronde (1964) de Roger Vadim e A Religiosa (1967) de Jacques
Rivette. A sua capacidade marcante de unir tão perfeitamente a beleza com a
personalidade forte de uma mulher independente era tanta que em 1967 o
músico e compositor francês Serge Gainsbourg produzira então uma comédia musical em sua homenagem intitulada “Anna”, tendo esta atuado na peça.
Fora da “Nouvelle Vague”, Anna Karina
atuaria no NeoRealismo Italiano de Luchino Visconti em “O Estrangeiro” (1967),
película homônima a obra literária do francês Albert Camus.
Anna Karina em "O Estrangeiro" (1967) de Luchino Visconti |
Anna Karina continuaria a sua carreira
atuando em uma série de películas de variados diretores. Por certo, repetimos,
a sua capacidade de conferir as suas personagens uma beleza doce em contraste a
personalidades profundamente marcantes acabou por lhe conceber uma cadeira
cativa como uma das maiores atrizes da história do cinema mundial.
Certa vez, perguntado sobre a inspiração
para compor a personagem Mia Wallace do filme Pulp Fiction, o diretor Quentin
Tarantino respondera que não tivera outra se não a da personagem de Anna Karina
na película “Bande á part” (1964).
Hoje em dia, Anna Karina continua firme
e forte aos 74 anos de idade, viajando pelo mundo a fim de receber as
homenagens devidas em inúmeras amostras na qual se projetam uma série de filmes
em que atuara. Ta aí uma atriz que, como sua personagem, certamente soube viver muito bem a sua vida!
Ass. Rafael Costa Prata.
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