Ele era o melhor jogador da seleção austríaca de futebol na
década de 1930, e seguramente um dos melhores jogadores de todo o mundo.
Matthias Sindelar, conhecido como “The paper-man” por conta de sua magreza,
encantava com a sua alta velocidade, capacidade de drible e faro de gol, ao
público por onde passava.
No auge de sua carreira, aos 30 anos de idade, participa
então da Copa do Mundo de 1934, realizada na Itália sob o regime do fascista Benito Mussolini. Ajudando a sua equipe, Sindelar leva a Áustria a quarta colocação
no torneio, até hoje a melhor desta seleção em copas do mundo. Após a
Copa, Sindelar continuara a sua carreira defendendo o Áustria Viena, e como
também, a sua seleção a obter a classificação para a copa seguinte, que seria
realizada em 1938 na França.
Mas acontece que, no inicio daquele dito ano de 1938, a Alemanha nazista anexaria a Áustria aos
seus territórios. Como consequência, os craques daquela seleção austríaca de 1934 acabaram sendo “convocados” a integrarem o time alemão naquela dita
copa. Grande parte dos jogadores austríacos aceitaram, no entanto, Sindelar se
recusara afirmando que estava acometido por uma grave contusão.
O Curioso é que Hitler organizou uma partida para comemorar
a anexação da Áustria a Alemanha, partida esta que ao fim seria a última de
Sindelar por sua seleção. Sindelar barbarizou na partida, e ao marcar o
primeiro gol, comemorou efusivamente diante da tribuna em que se encontrava Hitler,
que ficou com enorme raiva daquele “ousado” jogador que além de zombar, estava
se recusando a participar do escrete alemão.
No inicio de 1939,
Sindelar seria encontrado morto com a sua namorada Camilla Castagnola em
seu apartamento em Viena. O Laudo realizado indicaria uma morte acidental por
conta de uma asfixia causada pela inalação de monóxido de carbono, todavia, sua
morte também levantaria uma série de suspeitas “alternativas”. Consta-se que
Sindelar já estava sendo investigado pela GESTAPO, a policia secreta do Reich,
tendo na sua ficha sido classificado como “pró-judeu”, e inclusive, sua suposta origem judia sido posteriormente apagada.
Sindelar morria assim aos 35 anos de idade, sendo enterrado então no mesmo cemitério em que se encontravam sepultados Beethoven, Straus e Schubert.
Ass. Rafael Prata
Mestrando em História pela Universidade Federal de Sergipe
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